Arquivo mensais:novembro 2010

Os professores devem conduzir seus alunos ao debate ou ao embate?

No dia 22/11/2010 apresentamos um trabalho sobre Ditadura Militar como parte da disciplina de História do Jornalismo na Universidade onde estudo.

Para este trabalho, cada grupo ficou responsável por entrevistar um jornalista que atuou durante o Regime Militar no Brasil (1964 a 1985), e expor suas experiências dentro da imprensa e sua “versão” a respeito deste conturbado e violento período da história política brasileira.

Entrevistamos o Sr Dalísio Domingues dos Santos, 68, que atuou em grandes veículos de comunicação, ocupando vários cargos diferentes ao longo de sua carreira jornalística que estendeu-se de 1960 até 1991.

Como nosso entrevistado tem a visão ideologicamente contrária à do professor, tivemos muitas dificuldades em apresentar o trabalho. A cada trecho de áudio retirado da entrevista apresentado, um embate imediato emergia por parte do professor.

Frases como “isto que ele está dizendo são inverdades”, “preciso esclarecer que não é bem isso para que vocês não fiquem com esta idéia, ela é errada”, ou ainda “o pensamento dele é o mesmo do exército” dando a conotação de que aquilo estava absolutamente errado foram ditas sem qualquer parcimônia.

Em alguns momentos, honestamente, acho que houve falta de respeito com o profissional que estava totalmente enquadrado ao perfil determinado para ser utilizado como base para este trabalho, e que tem sua própria visão dos fatos. Vou estender este entendimento para nós que estávamos levando aquelas idéias como forma de enriquecer, ou ao menos tentar, o conhecimento dos alunos.

Não tenho a intenção de defender nenhum dos dois lados e achei interessante apresentar aquela idéia, justamente por ir ao encontro de como foram conduzidas as aulas que utilizaram como tema o Regime Militar.

É correto um professor de universidade dizer abertamente que as greves devem ser feitas na Av. Paulista para que sejam vistas, e os que não concordam com isso são egoístas e que olham somente para o próprio umbigo?

É aconselhável que um mestre afirme a seus alunos que, caso tivesse vivido esta época, teria pegado em armas para combater o regime militar?

Será que pessoas que possuem uma ideologia e um pensamento tão “definido” podem formar futuros comunicadores?

A Universidade é o local para discutir e formar idéias ou é onde devemos nos contentar com o óbvio, com o consenso, com aquilo que é encontrado como o primeiro resultado nas buscas do Google?

Por fim, nossos mestres devem nos conduzir a um embate ou debate?
Minha resposta. Debate.

O que entendo ter ocorrido durante nossa apresentação?
Minha resposta. Embate.

Como serão os próximos 4 anos?

Escuto rojões….

Não lembro de nenhuma manifestação como esta em eleições anteriores aqui em São Paulo.

Pouco mais de 3 horas após o encerramento do pleito, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Ricardo Lewandowski fez oficialmente o anúncio dizendo que com 55% dos votos, o Brasil elegeu a primeira mulher presidente de sua história, Dilma Vana Rousseff.

Esta mulher certamente ficará para a história da, ainda jovem, democracia brasileira.

Impulsionada (ou apadrinhada) por um presidente que também entrou para a história por ser um metalúrgico eleito após várias disputas eleitorais, e além disso, este homem deixará o governo com o recorde de aprovação de um governo brasileiro, cerca de 80% da população brasileira o aprovam. Não bastasse isso, este homem é muitíssimo respeitado pelos líderes mundiais por seu carisma.

Mas o que esperar dos próximos 4 anos?

Politicamente nossa presidente, prefiro assim do que presidenta como ela gosta de dizer, tem um caminho seguro pela frente, pelo menos em relação a quantidade de aliados para conseguir a aprovação de seus projetos. Estes aliados representam mais de 50% do Congresso Nacional, o que, em teoria, impede a governante de obter derrotas como a queda da CPMF sofrida durante o Governo Lula após uma imensa briga política.

Teremos a frente de nosso país uma presidente que não tem, nem de longe, o mesmo carisma nem a mesma capacidade de comunicação de seu antecessor e acredito que estas são duas qualidades imprescindíveis para os chefes de estado. Não estou querendo dizer que seu oponente teria.

Não consigo imaginar qual será sua postura quando estiver frente a líderes como o iraniano Marmud Armadinejad. Não ví em nenhum momento ela “falar sem gaguejar”.

Torço, com toda honestidade, para que Dilma torne-se mais admirada por todos do que o atual presidente. Mesmo acreditando que isso seja quase impossível, até por ser sua sucessora.

Espero, com toda paciência, que ela consiga cumprir metade do que foi prometido durante esta fraca e agressiva campanha que não nos trouxe nada demais nem nada a mais.

Não acredito, esta talvez seja minha maior crença, que o Brasil será prejudicado por ela ter entrado nem que seria muito diferente se o Serra fosse nosso representante pelos próximos 4 anos.

Me incomodei em ver Antonio Palloci e José Sarney tão próximos a ela em seu primeiro discurso após a eleição, isso me fez crer que realmente nada mudará nos próximos 4, ou talvez 8 anos.

Me incomodo em achar que o Palhaço Tiririca talvez seja o “pior” palhaço que temos como representante, já que sabemos que alguns que riem na nossa frente para conseguir votos, depois riem da nossa cara por fazer suas vidas as nossas custas, e como troco/esmola, alguns recebem um valor mensal do governo para manterem as crianças na escola, mas acho que podíamos pelo menos ter escolas com qualidade para formar futuros cidadãos informados. Aqui obviamente me refiro aos Governos Federal, Estadual e Municipal.

Já tive a oportunidade de conversar com pessoas que recebem estes benefícios oferecidos pelo Governo Federal e ví o quanto isso representa para eles. Gosto de saber que as pessoas podem viver bem em sua terra natal e que assim não precisam ir para outros estados para conseguir ganhar a vida, mas voltando a campanha eleitoral de 2002, o discurso foi de “não dar o peixe e sim ensinar a pescar”, não creio que isto esteja sendo feito.

Talvez daqui 4 anos todos estarão surpresos com o governo conduzido por esta mulher.

Torço para que esta frase torne-se realidade mas infelizmente não acredito nisso hoje, dia seguinte da eleição.

De qualquer forma, acredito que o melhor a fazer é apoiar o “novo” governo pois temos muito o que fazer/pagar nos próximos anos….

Copa, Olímpiadas, Eleições (sim, nós pagamos 4 milhões pela publicidade de “Leve o Título mais um documento com foto” para, 2 dias antes do primeiro turno esta obrigatoriedade ser derrubada pelo governo e todo este dinheiro “escorrer” pelo ralo da política).

Vamos confiar, fiscalizar e não vamos deixar de AGIR quando for preciso.

Abraço