Quanta poesia vivemos todos os dias
E por falta de caneta e papel na mão
Não as guardamos em nossa história
Nem em nosso coração.

(03/01/2019)

Algumas linhas
Bem no final do dia
Pra acalmar a mente
Pra acalmar a gente
Pra esquecer d’a gente
Pra lembrar do amor
Pra lembrar da dor
Pra esquecer o rancor.

Algumas linhas no final do dia
Devolvem o equilíbrio
Devolvem o brilho
Devolvem tudo o que for
E também o que não for.

Algumas linhas no final do dia
Ajuda-nos a encontrar
A nossa mais fina flor.

(02/01/2019)

Há de chegar o dia
Que todos rirão por alegria
Que os diferentes conviverão com harmonia
Que a religião não passará de simpatia.

Há de chegar o dia
Que todas as barrigas estarão satisfeitas
Que poucas amizades serão desfeitas
Que o sentido de tudo não virá de uma seita.

Há de chegar o dia
Que os conceitos usados hoje em dia
Não passarão de histórias de um passado
De um futuro que ninguém vai querer, nem por um dia.

Há de chegar o dia
Que tudo o que construímos
Será tão útil como as portas de uma casa abandonada
De uma casa vazia.

Há de chegar o dia
Em que toda a nossa riqueza
Deixará clara a nossa pobreza
Por tudo aquilo que quisemos um dia.

Este dia certamente há de chegar
E o dia que este dia chegar
Nenhum de nós por lá vai estar
Nenhum de nós irá comemorar.

Este dia certamente há de chegar
E o dia que este dia chegar
Tudo, com nada se parecerá
Nossa raça não estará por lá.

Este dia certamente há de chegar
E o dia que este dia chegar
Tenho certeza que por aqui só não haverá
A única raça que mata por matar.

(02/01/2019)

E se as próximas 365 páginas fossem em branco?
E se as próximas 365 fossem escritas com o mesmo enredo das 365 anteriores?
E se reparasse que 260 páginas tem sempre o mesmo texto?
E se outras 80 ainda fossem usadas para preparar as 260?
E se descobrisse que só 5 tem conteúdo novo?
Ainda assim seria capaz de ler este livro?

E se entendesse que, de tudo o que você fez,
Muito pouco foi por quem realmente importa?
O que você faria diferente?
O que você repetiria?
Quanto tempo demoraria,
Para equilibrar tudo de forma diferente
Quanto tempo demoraria,
Para tomar um caminho diferente
Sem saber exatamente
Para onde ele te levaria?

(01/01/2019)

Hoje, com algumas moedinhas
Comprei 4 dinastias
Comprei 691 anos de história
Comprei simplesmente porque eu queria

Da Afonsina à Bragança
Passando pela Aviz e a Filipina
Comprei a história de alguns reis
Simplesmente porque eu queria

Entender o mundo que vivemos
Não é assim, da noite para o dia
Não é só através dos youtubers
Como muita gente queria

Entender o mundo que vivemos
É entender que nem tudo é como a gente queria
Entender o mundo que vivemos
É uma história que se aprende no dia a dia

Aceitar o mundo que vivemos
Requer um bom tempo
Um pouco de estudo
E um (bom) tanto de hipocrisia

(08/01/2019)

Você pode ser o ser mais alto do mundo
E mesmo assim,
O menor dos pássaros
Pode cagar na tua cabeça.

(08/01/2019)

E se as próximas 365 páginas estivessem em branco?
E se as próximas 365 páginas fossem escritas da mesma forma das 365 anteriores?
E se você reparasse que 260 páginas sempre tem o mesmo texto?
E se 80 delas estivessem sendo usadas para preparar as 260?
E se reparasse que, na verdade, só 5 páginas tem conteúdos novos?

E se entendesse que, de tudo o que fez,
Muito pouco foi por você?
O que você faria diferente?
O que você repetiria?

Quanto tempo demoraria
Pra equilibrar tudo de forma diferente?
Quanto tempo demoraria
Pra tomar um caminho diferente, sem saber exatamente, pra onde ele te levaria?

(01/01/2019)

Nestes dias tava pensando
Que sorte tenho eu na vida
Nasci pobre na cidade grande
Mas sempre trilhei minha vida

Sempre tive carinho de mãe, irmã, amigo e amiga
Sempre tive um irmão-pai, pois meu pai partiu cedo desta vida
Sempre tivemos tudo, sem nunca termos muito
Sempre tivemos um ao outro e o outro ao um
Isso que é vida!

Tenho primos que são irmãos, irmãos que se escolhem na vida
Tenho amigos que são daqueles, que não se desperdiça na vida
Tenho alguém do meu lado, daquele que poucos acham na vida

Depois de dizer tudo o que disse
Só me resta afirmar
Que sorte tenho eu na vida!

(29/12/2018)

Algumas vezes encontrar-se com você
Está bem mais perto do que você crê
Está ali, em cima de uma mesa
Naquele bloquinho onde vão tuas certezas

Na música nova
No acorde que não vem
Naquele sorriso
Que te faz tão bem

Algumas vezes o encontro com você
Tá mesmo do lado, é só perceber
Está naquilo que sempre quis fazer
E que até hoje deixou de viver

Algumas vezes o encontro com você
É ser aquilo, que sonha viver

Seja poeta ou compositor
Seja atleta ou mesmo cantor
Seja isso ou aquilo
Ou seja lá o que for

Se encontre consigo
Onde você for

(29/12/2018)

Sombrio como Caravaggio
Assustado como os olhos de Bosch
Espichado como as face d’El Greco
E sem o colorido de Raphael

Os tempos que chegam
Parecem de trevas
Sem diálogo ou permissão
Parece que voltaremos à inquisição
O não pelo não
O estado pela religião

O corrupto fazendeiro
O motorista cheio de dinheiro
Não importa a explicação
Um sempre diz que sim
Enquanto outro diz que não

Não, alguém Livre não é a solução
Mas também não adianta tanto fuzil na mão
Quem mais sofre, sempre pede permissão
É sempre “mão na cabeça” ou “posso olhar, patrão?”

O livro é coisa rara na mão
De quem a letra foi roubada
Um bom livro é um oitão
De quem a infância foi roubada
Quando grande brinca de polícia e ladrão

Mas tem aqueles que tiveram tudo
Letra, infância e educação
Nasceram vitoriosos
E vitoriosos foram na eleição

Agora, do alto de seus gabinetes
Controlam os livros, as drogas e até mesmo o oitão
Lavam as mão com o sangue de todos
Eu disse de todos
Que morrem todos os dias
Por causa de toda a nossa corrupção.

(26/12/2018)