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Sempre certos

Felizes são aqueles que estão sempre certos.
São mestres nas escolhas,
Sabem sempre o errado,
Têm certeza do futuro,
Não duvidam do passado.

Felizes são aqueles que estão sempre certos.
De tão certos que eles são,
Certos sempre são,
Mesmo quando errados.

(20/01/2019)

E… por que não?

E se a cada coisa que não concordássemos
Ao invés de dizermos não, não e não
Passássemos a dizer
E… por que não?

E se parássemos e dividíssimos
Em pequenas partes e para cada uma delas
Peguntássemos
E… por que não?

E se para cada uma das respostas que encontrássemos
Que certamente apoiariam no nosso primeiro não, perguntássemos
Mais duas ou três vezes
E… por que não?

Será que se fizéssemos isso
Ao invés de dizermos não, não e não
Não passaríamos a dizer
Sim, sim e isto não por isso e isso?

Será que se fizéssemos isso
Ao invés de brigarmos
Não passaríamos a encontrar novos caminhos?
Não encontraríamos mais convergências do que divergências?

Será que se fizéssemos isso
A maioria não diria
Não à filmagem!
Não ao slogan!
E, um sonoro, sim ao nosso hino?

(28/02/2019)

Após 23 anos, não ví nada sobre o Muro de Berlim, mas… a culpa é nossa!

Esta semana completou 23 anos da queda do muro de Berlim.

Em 09 de Novembro de 1989 chegou ao fim o que talvez seja o maior conflito da história recente da humanidade, a Guerra Fria. O principal símbolo desta “guerra silenciosa” era o Muro de Berlim.

Ele representava fisicamente a fronteira do comunismo e do capitalismo. Dividia a então RDA (República Democrática Alemã) Comunista, sim, a República Democrática Alemã era o lado Comunista do país, da Alemanha Ocidental, então Capitalista.

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Famílias foram separadas, algumas até para sempre, pelo muro construído pelo governo da RDA, ou Alemanha Oriental, para que seus moradores não tivessem chance de “fugir” para o outro lado, para a Alemanha Ocidental.

Segundo o jornalista Michael Meyer em seu livro “1989 o ano que mudou o mundo” da editora Zahar, a queda do muro foi uma união de coincidências e não um movimento organizado para que isso acontecesse. Mas de qualquer modo, este acaso, encerrou um dos períodos mais tristes e sangrentos, isto mesmo, sangrento, da história contemporânea.

Durante a Guerra Fria, tivemos a Guerra da Coréia que encerrou a vida de mais de 32.000 soldados americanos e aproximadamente 3.000.000 (três milhões) de civis coreanos. A guerra do Vietnã matou 58.000 soldados e, estima-se que, 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) vietnamitas foram mortos durante os 7 anos de guerra. Na guerra civil Angolana, que durou 27 anos, acredita-se que em torno de meio milhão de pessoas perderam a vida.

Estes números já são assustadores, mas eles parecem pequenos se comparados aos 30.000.000 (trinta milhões) de chineses mortos na Revolução Cultural de Mao, ou os outros também 30.000.000 (trinta milhões) que pereceram nas guerras e expurgos de Stálin.

A queda do muro representou o fim das barreiras comerciais e econômicas que eram impostas, principalmente pelos Estados Unidos, aos países comunistas, com destaque para a antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Mas qual é o motivo de a mídia não dar destaque digno a este fato tão importante para a história do mundo?

Por que os grandes veículos de comunicação não fazem matérias especiais sobre este fato, assim como fazem TODOS OS ANOS do 11 de setembro?

Será que o 11 de setembro representa para o mundo, mais do que o fim da Guerra Fria?

Ao contrário do que você está pensando, A CULPA NÃO É DA MÍDIA que é “vendida aos Yankkes”.

A culpa é de todos nós que nos importamos, algumas vezes até mais, com os Estados Unidos do que com o Brasil.

A culpa é de todos nós que insistimos, anualmente, em recordar o que fazíamos em 11 de Setembro de 2001.

A culpa é de nós, brasileiros, que não nos importamos com a reconstrução da região serrana do Rio de Janeiro e sim com a reconstrução de Nova Iorque afetada pelo furacão Sandy.

A culpa é nossa por preferirmos ir ao cinema assistir as explosões Hollywoodianas para salvar a “bandeira da América” ao invés de “nos esforçarmos” a assistir algo que nos leve à alguma reflexão.

Infelizmente, A CULPA É NOSSA.

Mídias Sociais ou Médias Sociais?

Hoje reparei uma coisa, não sei se sites como o Facebook  devem ser classificados de Mídias ou Médias Sociais.

Muitos podem me chamar de desinformado argumentando…. “Será que ele está louco? As mídias sociais estão se tornando instrumentos importantíssimos na queda de governos repressores, como por exemplo, na Primavera Árabe. E ele ainda vem chamar de média?”.

Além disso também podem dizer….  “Ele não deve se lembrar do rapaz que foi sequestrado e morto, porém foi localizado por seus familiares rapidamente, graças a sua irmã que postou uma foto dele e milhares de brasileiros a compartilharam.”

Penso em desistir de continuar escrevendo, afinal, devo realmente estar sendo injusto acusando grande parte de meus amigos das Médias, ops, Mídias Sociais – que realmente conheço-os no mundo real – de fazerem “média online”.

Claro que a média online não é exclusividade daquele pessoal que fica do lado esquerdo do meu perfil no Facebook, ele está espalhado do lado esquerdo de todos os perfis cadastrados no site.

Vejo, vindo da mesma pessoa, posts do tipo “Meu time é f…., basta ele para eu viver” e na sequência alguma “causa nobre” sendo defendida, por exemplo, nas últimas semanas, as discussões sobre a construção da usina de Belo Monte – impulsionadas por um clipe com atores “globais” – e os discursos de “para onde irão as populações ribeirinhas”, ou ainda, “vamos alagar uma área enorme de nossa floresta”.

Outra “causa nobre” é também a foto de um índio sendo arrastado a força, e com força absolutamente desproporcional, por agentes da lei também por conta da desocupação para construir a usina. Meu Deus, se neste post, eu colocar uma foto qualquer de uma criança chorando e dizer que é uma família que está sendo despejada vocês irão acreditar e compartilhar? E o que dirão para defender a minha farsa?

Será que algum dos meus amigos defensores de “causas tão nobres” deixaria de ir no jogo de Domingo para ir a uma passeata contra a construção da usina ou, ao ser convidado para o evento, simplesmente “clicaria em Eu vou” para fazer número e imaginar que esteja fazendo sua parte?

Tudo bem, você não quer perder seu tempo com os amigos com isso, ok. Por quanto tempo, sentado na mesa de um bar, você discutiria sobre esse assunto com seus amigos, defensores online desta “nobre causa”? No máximo cinco minutos até que um dissesse “Mas que assunto chato heim”, e então voltariam a falar de futebol.

Assisti a um vídeo feito por alunos da Unicamp que traz alguns contrapontos em relação ao vídeo dos globais, este, infelizmente, não ví sendo divulgado pelos “bem-feitores online”. Por qual motivo? Será que já haviam assinado o “Movimento Gota D’Água” já que era rapidinho e os artistas globais até te esperavam fazer isso?

Não sou contra nem a favor da construção da Usina. Quero me informar mais por mídias com ideologias diferentes antes de me posicionar. Eu também não sei se deixaria o jogo de domingo para ir a uma passeata, mas certamente vocês não me verão “postando” nas Médias Sociais, digo, Mídias Sociais coisas por fazerem parte das “causas nobres” ou em defesa das “injustiças sociais” divulgadas “online” que, na grande maioria das vezes, não possui o devido respaldo na “vida real”!

Ahhh, pra fechar a idéia, no caso da Primavera Árabe, eles foram para as ruas, por isso o movimento deu resultado. Se os reprimidos tivessem apenas clicado em “Eu vou” em seu perfil do Facebook, certamente os ditadores continuariam em seus cargos até hoje.