Os jornais dizem
São 300 mil mortos!
Tremenda mentira!
Já são 400 mil!
Só nos resta adicionar
Os próximos 100 mil à lista
#BolsonaroGenocida
(24/03/21)
Os jornais dizem
São 300 mil mortos!
Tremenda mentira!
Já são 400 mil!
Só nos resta adicionar
Os próximos 100 mil à lista
#BolsonaroGenocida
(24/03/21)
Se, como homenagem,
fizéssemos 1 minuto de silêncio
Para cada óbito por Covid deste mês
Não teríamos dito uma palavra e
nossa dívida ainda seria de QUATRO DIAS!
Mas deixem de mimimi
Isso é só uma gripezinha
Não podemos ser um país de maricas
E, afinal de contas,
A morte é o destino de todo mundo.
Se a morte é o fim.
A que morte chegamos?
(18/03/21)
A máscara é controle social!
Bradou alguém no meu Facebook
Depois de declarar seu imposto de renda
Com o software que encontrou no Google
Usando seu iPhone
Ligado à rede móvel de alguma operadora
Com o serviço de localização ativado
Alguns Trumans
São mais Trumans que outros!
A primeira vez que isso aconteceu comigo foi lá no meio dos anos 90
Lembro perfeitamente da primeira vez que saí à noite, lá estava ele
Através dele conheci muita coisa e muita gente
Andei com ele para todos os lados durante muito tempo
No carro, em casa, nos churrascos, nas festas
Aonde eu ia entre os meus 16 e 25 anos, ele estava
Era mesmo uma dependência
Com ele viajei muito
Ele me acompanhou em muitas rodas de violão na praia
Uma das pessoas mais emblemáticas que conheci através dele foi a Zilda
Morava na baixada fluminense e precisava batalhar muito pra sobreviver
Através dele conheci também o Zé, sobrenome, Trindade
Lembro que Ali um procurava amor e, o outro, um cúmplice
Andei de canoa no Tahiti
Ouvi as maledicências da fazenda do Rosário
Me senti tão seu
Tanto mas tanto, se ao menos você soubesse…
Naveguei tanto que descobri que um beijo é uma reza
Aprendi que subitamente, é necessário se afastar
Numa partida de futebol descobri que se o país não for pra cada um podemos estar certo que ele não será pra nenhum
Atualmente não sei se todos somos Indignação ou se somos apenas uma Indigna Nação
Procuro Resposta
Tudo aquilo que já cantei milhares de vezes
Atualmente me trazem outras emoções
Mas, meus tempos são outros, os tempos são outros
Todos somos outros.
Meu país, este sim, está completamente irreconhecível.
O Skank voltou a me acompanhar, a me entorpecer
Se não podemos esperar dos nossos políticos
Tenho certeza que nossos artistas não nos abandonarão
Um viva àquilo que nosso Brasil tem de melhor há décadas
À nossa maior riqueza
Um brinde à música brasileira!
(02/03/21)
Quando dei meus primeiros passos na rua
Mamonas significava “bolinhas com espinhos”
Elas pendiam dos galhos dos terrenos da Diogo.
Serviam de munição para guerras
Guerras onde os braços eram as armas
Chinelos ou pés descalços, as botas
A Diogo era o campo de batalha
Os generais?
Pais e as mães conversando nas calçadas
Suas tramas eram gritos em meio às risadas
A primeira derrota?
Fugir para a parte mais baixa da rua
Chegando ali, era praticamente impossível recuperar o terreno na subida
Para colher mais munição.
A segunda derrota?
O cansaço!
Beber água na torneira de alguma garagem
E esperar pelo aguardado “vem almoçar”!
Já na adolescência, Mamonas virou nome de banda.
De tanta mistura musical,
Sem definição real.
De tanta liberdade,
Levou beleza e leveza à muitos esteriótipos.
Controverso e original
Falaram de tudo e um pouco mais
Carreira meteórica, assim como seu final.
Neste momento, acho que o mundo precisa um pouco dos dois
Crianças brincando tendo por perto seus pais,
Liberdade com respeito para rirmos um pouco mais.
(20/02/2021)
Terra no chão
Assim como o pé
Onde comumente está sua mão
Um copinho de café
E um baita sorrisão
Na cabeça a fumaça
A do crack e também da poluição
Acima dela só o céu
Seu barraquinho é como a casa da canção
Sem teto e também sem chão
Mas ali ela mora
Ela sorri
Recebe amigos
Espanta ladrão
Reza pra Deus ou faz oração
Dentro daquele barraquinho
Sem teto, sem parede e sem chão
Deus se sente muito mais confortável
Do que na Leste, no tal Templo de Salomão!
(16/09/2020)
Raramente lembro da última vez que encontro alguém, mas nesse caso é diferente, como sempre foi encontrar este cara.
Estava no Jabaquara, indo de bicicleta trabalhar em Pinheiros, vi ele parado no ponto de ônibus perto da casa da mãe dele. Fiz questão de parar!
Quando cheguei perto e ele me reconheceu ele já soltou “Puta susto pequeno!” e ali já foram as primeiras risadas que se seguiriam pelos próximos 10 minutos.
Ele estava indo trabalhar como voluntário num sebo pois “você sabe né pequeno, as vezes aparecem umas raridades (discos) por lá”, e dá-lhe risada.
Foram meus últimos 10 minutos com ele, e como sempre, nunca se saia indiferente depois de encontrá-lo. Era sempre especial!
Hoje pensando, cheguei à conclusão que lembrei dele duas vezes no último mês.
– A tal história da boca de manilha, que engolia o drink com guarda-chuva e tudo.
– E que falei para alguém uma frase/lição que ele me disse numa das longas conversas e que eu levo sempre comigo: Gosto das pessoas por quem ELAS SÃO não importa quem são seus pais, seus tios ou seus amigos.
Como dizem, enquanto alguém lembrar da pessoa significa que ela ainda está viva, sendo assim meu caro Véio, tenho certeza que tu estarás conosco por pelo menos mais 100 anos!
Agora um pedido pro meu pai: Pai, pega a cerveja, serve a Cuba do Véio e façam a primeira festa de vocês juntos aí para comemorar o aniversário da mamãe. Ele não podia nos deixar se não fosse num dia de festa!!!
Valeu por tudo Willian Baroni!!!
Há 46 anos Portugal renascia
Retomava o caminho da liberdade
Entre os tiros e gritos da Pide
Surgiam aqueles da liberdade
Há 46 anos Portugal renascia
No começo da madrugada
Tocam “Grândola, Vila Morena”
Um chamado à liberdade
Há 46 anos Portugal renascia
Com a Celeste Revolução
Pondo Cravos nas espingardas
Ela deu nome à situação
Há 46 anos Portugal renascia
E por aqui, não esquecem não
Tocam “Grândola, Vila Morena”
Colocam cravos no coração
Reconhecem toda a luta
Reconhecem de coração
Sabem que sem liberdade
Não existe qualquer nação
“Em cada esquina um amigo
Em cada rosto a igualdade
O povo é quem mais ordena”
Este é um trecho da canção
Um viva ao povo português
Um viva à toda esta nação
Esta pátria é minha metade
E a carrego no coração
Lisboa 25/04/2020
Se tivesses asas,
Para aonde irias?
Se tivesses asas,
Serias como um avião comercial?
Farias a mesma rota?
Todos os dias?
Ou, se tivesses asas,
Serias como um avião de caça?
Buscarias novos caminhos, novas manobras
Dia após dia?
Se tivesses asas,
Gostarias de ficar preso em um gaiola?
Mesmo que fosse num grande viveiro?
Passarias seus dias voando por lá?
Se tivesses asas,
Daquelas bem grandes,
Capazes de te levar ao outro lado do oceano,
Irias?
Se tivesses asas,
Mesmo que das pequeninas,
Irias voando ao bairro vizinho,
Só pra dar uma espiadinha?
Para nada disso asas são necessárias
O que é necessário é sentir a necessidade
De, pelo menos um pouquinho
Voar por um outro caminho!
(25/01/19 – Lisboa – Hamburgo)
Não me refiro a aquela risada dos dentes a mostra
Não me refiro a aquela risada que esconde fraquezas
Nem a aquela cheia de incertezas.
Não me refiro a aquela de cordialidade
Não me refiro a aquela de impaciência
Nem a aquela do final da inocência.
Não me refiro a aquela do primeiro encontro
Não me refiro a aquela do primeiro emprego
Nem a aquela da conquista do mais alto desejo.
Refiro-me a aquela de satisfação
Refiro-me a aquela de emoção
Aquela de gratidão.
Aquela de quando despede-se do amigo com quem há muito não conversava
Aquela de quando vê uma criança brincando, viajando…
Aquela que vem ao lembrar:
Do almoço na vó
Da noite de festa
Do amigo de infância
De uma velha promessa.
Aquela que te faz sorrir
Um pouco com a boca
Um tanto com os olhos
Mas que na verdade
Sorri com o coração.
E então, o que te faz sorrir?
(08/02/2019)