Cresci no meio do asfalto.
Correndo atrás da bola,
Tomando bronca de vizinho.
Os bichos que eu via?
Alguns cães e passarinhos.
Vez ou outra viajava.
Via vacas e galinhas.
O café secando ao sol,
E no pilão ficar fininho.
– Pega um ovo lá no fundo!
Alguém corria pra buscar.
O riozinho era o tanque.
E na grama, a roupa a quarar.
Eu olhava e pensava.
Estranho jeito de viver!
Na cidade é tudo pronto.
É só pegar e comer.
Os anos foram passando,
e o sentimento alterando.
Hoje,
Na fazenda sou urbano.
Na cidade, um camponês.